Caso o parlamentar decida não retomar as atividades, ele pode pedir uma nova licença

 

 

A licença de 121 dias do senador Chico Rodrigues (DEM) se encerra nesta quarta-feira (17). Contudo, o parlamentar ainda não confirmou se voltará ao cargo. A expectativa é que ele decida até amanhã sobre o futuro no Parlamento.

O senador deixou o cargo em outubro do ano passado após a Polícia Federal (PF) encontrar R$ 33 mil na cueca dele, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em Boa Vista, no âmbito da Operação Desvid-19.

Procurada pelo Roraima em Tempo, a assessoria de comunicação não informou se ele pedirá nova licença ou vai ocupar o posto novamente. Líderes partidários avaliam que o retorno não seria bem visto, já que Chico não deu explicações concretas sobre o dinheiro e a operação.

Rodrigues, ex-deputado e ex-governador de Roraima, é suspeito de desviar recursos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que seriam para combater a pandemia da Covid-19. A repercussão nacional fez com que ele perdesse o cargo de vice-líder do governo Jair Bolsonaro.

Ele negou as acusações e afirmou que as investigações não apontam irregularidades, e que o dinheiro nas roupas íntimas era para pagar funcionários. O caso não foi apurado, pois o Conselho de Ética não foi instalado.

O suplente e filho do senador, Pedro Arthur Ferreira Rodrigues (DEM) deveria assumir o cargo, mas não foi chamado, pois a convocação não foi feita pelo presidente da Casa, na época, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Com isso, Roraima não ocupa uma das cadeiras do Senado Federal.

INVESTIGADOS

Além de Chico Rodrigues, o senador Telmário Mota (Pros) também é investigado por participar do suposto superfaturamento de contratos da Sesau. O esquema seria por meio de direcionamento de emendas parlamentares para empresas ligadas aos políticos.

O senador Mecias de Jesus (Republicanos) foi citado no documento com emenda vinculada a um dos contratos fraudulentos. O deputado federal Jhonatan de Jesus (Republicanos), filho dele, o deputado estadual Jeferson Alves (PTB), e o vereador Rômulo Amorim, também são suspeitos.

A operação foi deflagrada em outubro do ano passado e cumpriu sete mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Controladoria Geral da União (CGU) estimou que aproximadamente R$ 20 milhões foram desviados.

Durante a apreensão na residência de Chico Rodrigues, os agentes perceberam que o parlamentar escondia algo nas roupas íntimas e encontraram a quantia em dinheiro na cueca do senador. O ministro Luís Roberto Barroso chegou a determinar o afastamento de Chico, mas ele pediu licença em seguida e se afastou da Casa.