Para quem atua na linha de frente do combate ao coronavírus em Roraima, o Dia Internacional da Mulher, lembrado nesta segunda-feira (8), reafirma a dedicação e luta das profissionais que trabalham nas unidades de saúde. São enfermeiras, médicas, recepcionistas, técnicas em enfermagem, serviços gerais e outras servidoras de diversas áreas responsáveis por manter o atendimento no estado diante da pandemia.

Nesta data, o Roraima em Tempo entrevistou algumas dessas profissionais que relataram os desafios da luta diária contra a Covid-19 e a convivência familiar. Mãe, esposa, amiga e profissional. Este é o retrato da mulher contemporânea, que mesmo com muitas funções, mostra a força e determinação que tem e não deixa de lado a delicadeza do instinto.

A farmacêutica, Louíce Gadelha, da Unidade Básica de Saúde (UBS) Professor Mariano de Andrade, em Boa Vista, declarou que trabalhar na atual situação em que a sociedade está, tem sido um verdadeiro combate, entretanto, reafirmou que se deve comemorar as batalhas vencidas por outras mulheres, que não mediram esforços para que hoje essa data fosse de grande importância para o mundo.

“Essa pandemia em si já é difícil, agora ser mulher, mãe e profissional de saúde neste período é muito mais complicado, mas me engrandece muito. Muitas mulheres no passado deram a vida para garantir os direitos que temos hoje. O espaço no trabalho, na sociedade, na política, nas relações, o nosso direito de ir e vir. Gratidão a todas fortes e guerreiras que lutam diariamente para que não percamos nosso espaço em uma sociedade que ainda tem muito do machismo”, contou.

Conforme a técnica em enfermagem do Hospital Geral de Roraima (HGR), Rozangela Miguel Deodoro, a categoria enfrenta dificuldades e corre riscos de contaminação diariamente, mas luta todos os dias para oferecer um atendimento digno aos pacientes. Para ela, a data representa perseverança.

“É uma data muito especial e, mesmo em meio a esta pandemia, comemoramos a força e coragem que Deus tem nos dado para enfrentar e perseverar contra este vírus. Os familiares e pacientes precisam de consolo e apoio neste momento e nós fazemos esta ponte. Mesmo quando estão intubados, acamados, converso com meus pacientes para poder mantê-los firmes, para que possam se recuperar. Enfrentamos várias dificuldades, sem contar que corremos o risco de contrair o vírus, como já contraí, além de levar a contaminação para a família”, comentou.

A servidora do Hospital das Clínicas (HC), Neidelinis dos Santos, afirma que comemora a vacinação e deixa um recado para as colegas de profissão.

“Em primeiro lugar agradecer a Deus por ter passado pelo vírus com sintomas leves e ter sido imunizada contra o coronavírus. Trabalhar na linha de frente é um desafio cheio de medo. Mas com a fé que vamos vencer! Quero parabenizar todas as mulheres principalmente aquelas que estão na linha de frente como eu”, ressaltou

EM NÚMEROS

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), censo de 2010, indica que 49,2 % da população roraimense é constituída por mulheres, enquanto 50,8% são homens.  Apesar dos números, as mulheres são protagonistas em áreas como gestão em saúde. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) o Centro de Referência e a Maternidade possuem cerca de 1,3 mil servidoras e são geridos quase totalmente por mulheres.

SOBRE A DATA

Comemorada oficialmente desde 1975, a origem da data remonta desde o início do século XX, quando diversos protestos de mulheres foram realizados nos Estados Unidos e Europa. À época, elas reivindicavam melhores condições de trabalho e igualdade de direitos.