O governador Antonio Denarium (sem partido) processou nessa terça-feira (18) um jornalista de Roraima por chamá-lo de ‘genocida’ devido às mortes pela Covid-19 no estado. Além disso, o gestor pede R$ 20 mil de indenização por danos morais, que devem ser pagos pelo apresentador e a emissora onde ele trabalha.

No documento obtido com exclusividade pelo Roraima em Tempo, a defesa de Denarium transcreve o que teria dito o jornalista “em entonação agravada e alterada”:

“E a população está morrendo, a população está sofrendo, atenção você meu telespectador, que perdeu um ente querido nesses últimos 30 dias, a culpa não é da covid-19, o sangue dessas vítimas está na mão, está na conta, do governador Antônio Denarium, o governador está matando, a sua corrupção está matando as pessoas, o senhor de fato é um genocida, […]. Eu queria que o Ministério Público se debruçasse para ver o hospital de campanha, eu gostaria que o Ministério Público se debruçasse sobre o caso lá de Rorainópolis que o genocida de 5 respiradores pulmonar ele tirou 4 e deixou um para matar a população ainda mais lentamente […]”.

Denarium alega que os fatos narrados são graves, mentirosos e sem indícios mínimos de sustentação. Comenta que não se trata de questionar a liberdade de imprensa ou ao pluripartidarismo, mas ao “conteúdo sensacionalista” para tentar caracterizar Denarium como criminoso e manipular negativamente a opinião pública contra ele.

“Os réus fizeram acusações criminosas em desfavor [de Denarium], ataques infundados e despropositados, pretendendo manchar a reputação deste, o que não pode ser tolerado”, cita o documento, ao acrescentar que o jornalista buscava “momentos de audiência”.

SEMELHANTE

A situação se asemelha às declarações proferidas contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem Denarium é aliado. O mandatário tem sido chamado de “genocida” por entidades públicas, como forma de criticá-lo pela atuação frente à pandemia do coronavírus.

Nesta quinta-feira (18), por exemplo, a Justiça do Rio de Janeiro suspendeu o inquérito contra o youtuber Felipe Neto, que era investigado pela Polícia Civil por chamar Bolsonaro de genocida. A competência para apurar esse tipo de caso é da Polícia Federal (PF).

Já a Justiça de Roraima optou, antes de decidir se condena o jornalista e a emissora, por uma audiência de conciliação, marcada para o dia 25 de maio. O valor exigido, segundo o governador, é compatível “com a gravidade da violação cometida”.

CITADOS

O jornalista não quis comentar o assunto, pois ainda não tem conhecimento da ação. Procurado, o Palácio do Governo não enviou resposta à redação até o fechamento desta matéria.

 

FONTE: RORAIMA EM TEMPO