Divulgação/TJRR

A Justiça de Roraima determinou nesta semana que três investigados no esquema de corrupção da Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos de Saúde (Coopebras) sejam monitorados por meio de tornozeleira eletrônica.

Os investigados que devem usar tornozeleira são: Edivaldo Pereira Vieira (vice-presidente da cooperativa), Esmeralda Menezes Vieira (esposa de Edivaldo) e Edilson Pereira Vieira (responsável por parte operacional).

A decisão da juíza Daniela Schirato surge após os três terem mandado de prisão revogado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Eles estavam foragidos há oito meses. O ministro que julgou o caso, Antonio Saldanha Palheiro, afirmou que não há fundamentação concreta para prisão preventiva.

Pela ordem judicial, a Central de Monitoração Eletrônica da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Sejuc), “comunicando da presente decisão para dê início ao cumprimento da medida de monitoração eletrônica dos réus Edivaldo, Edilson e Esmeralda, os quais comparecerão no prazo de 24h para início do cumprimento”, escreve a magistrada.

De acordo com a nova determinação da Justiça, os investigados estão proibidos de sair de Boa Vista sem autorização da Justiça e devem cumprir recolhimento domiciliar no período noturno a partir das 22h, dias de folga e finais de semana.

DENÚNCIA

Os cinco investigados são suspeitos de participar de esquema de corrupção que superfaturou contratos com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau). A estimativa é que ao menos R$ 30 milhões tenham sido desviados ao longo de cinco anos.

No dia 22 de setembro, o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) denunciou os envolvidos por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. As investigações apontam que os profissionais cooperados não cumpriam carga horária contratada e, ainda assim, recebiam pelo serviço não prestado.

Durante a análise do caso, foram constatados superfaturamento de plantões, sobreposições de escalas, uso irregular de equipamentos e instalações particulares de profissionais pagos com remuneração de plantões fictícios, pagamento de cargos de chefia e direção por meio de plantões fictícios, e capacitações fantasmas.

O inquérito mostrou ainda que o dinheiro desviado pelo grupo foi usado para comprar imóveis de luxo em Salvador, e fazendas no município de Itaquara. A reportagem mostrou que os salários de Edivaldo e Esmeralda somavam R$ 165 mil por mês e os bens eram avaliados em mais de R$ 700 mil.