Como forma de sensibilizar a população sobre o Lúpus, é celebrado nesta segunda-feira (10) o Dia Mundial de Atenção à Pessoa com Lúpus. Conhecido como Maio Roxo, o mês é dedicado para informar e quebrar tabus sobre a doença, já que muitos pacientes ainda sofrem estigmas.
O médico reumatologista Bruno Leitão afirmou que um dos principais desafios dos pacientes no estado é a falta de medicamentos para o tratamento da doença, uma vez que não tem cura.
Em Roraima, uma lei estadual foi criada para fortalecer a luta de pacientes. Sancionada em 2018, ela institui Dia de Conscientização e Atenção aos Pacientes com Lúpus no estado. A presidente da Associação de Pacientes com Lúpus de Roraima, Ildelene da Silva Ferreira, ressaltou a importância da lei estadual, que tem como referência o dia alusivo.
“Todos os anos tentamos chamar a atenção da população e das autoridades para a importância do tratamento ou do diagnóstico precoce da doença. Falamos também da dificuldade que ainda temos em encontrar os medicamentos na rede pública, mas, infelizmente, isso não acontece, e é gravíssimo, pois muitos pacientes são carentes financeiramente e não conseguem custear o tratamento”, reforçou.
Ela explicou que mesmo com a legislação específica em alguns estados brasileiros, a maioria ainda não dá a importância devida à data. “A questão é que, a maioria dos estados ainda não abraçou essa causa com mais amor, dando mais atenção ou importância. Através dela, acredito que a população tenha mais conhecimento sobre a doença”, comentou.
Na opinião dela, a legislação ajuda a população a ter mais conhecimento sobre a doença. “No caso, chama mais atenção da população e das autoridades e, talvez, por meio dessa lei podemos conseguir mais apoio aos pacientes. Temos custos altos por mês para tentar manter o tratamento e estamos abandonados, pois só encontramos os medicamentos básicos na rede pública, e os demais temos que comprar”, finalizou.
DIAGNÓSTICO
O Lúpus é uma doença genética não hereditária, ou seja, há pessoas que estão predispostas a ter. Entre os fatores que podem desencadear a doença estão os hormonais e ambientais. Ele não é contagioso ou maligno, mas sim crônico e ainda não possui cura, mas pode ser controlado com medicação.
O médico reumatologista Bruno Leitão explica quais os primeiros indícios da doença. “O lúpus acomete principalmente mulheres na faixa dos 14-30 anos. Os primeiros sintomas são fadiga, dores nas articulações e queda de cabelo fora do comum. Já nos exames laboratoriais pode apresentar anemia, alteração na função renal, perda de proteína e um quadro que não melhora durante seis semanas”, explicou.
Segundo ele, o diagnóstico só pode ser feito por meio de exames clínicos e provas reumatológicas, por isso, em caso de sintomas é necessário procurar assistência médica. Além disso, o médico ressalta que o apoio familiar é essencial nesta fase.
“O primeiro passo é a educação dos seus familiares. Entender a doença e que infelizmente não tem cura, mas sim controle, desde que o paciente faça o acompanhamento ambulatorial, com aderência ao tratamento, além de cuidados com a alimentação, ingestão de líquido, atividade física e o uso regular, das medicações, assim como as consultas médicas”, destacou o especialista.
Mesmo com a chance de controlar a doença, para Bruno Leitão, os pacientes em Roraima ainda passam por dificuldades. “Diria que em Roraima o problema é a falta de medicamentos ofertados regularmente pelo Sistema Único de Saúde [SUS]. Hoje, medicamento como a hidroxicloroquina está em falta. Eu diria que esse é o principal fator para o agravo da doença”, disse.