‘É uma ação inédita no Brasil e é de extrema importância que os familiares agendem a coleta’, orientou a perita criminal – Divulgação/Secom

 

Em Roraima, a Polícia Civil fará a coleta do DNA de familiares de pessoas desaparecidas em um mutirão entre os dias 14 a 18 de junho. A coleta será realizada por peritos do Laboratório de Genética Forense, do Instituto de Criminalística, com a parceria de peritos da Polícia Federal.

O objetivo da campanha é coletar o DNA de familiares de pessoas desaparecidas para ser feito o cruzamento com os bancos de pessoas vivas que procuram parentes desaparecidos e o de pessoas falecidas não identificadas.

“É uma ação inédita no Brasil e é de extrema importância que os familiares agendem a coleta e compareçam nos postos de recolhimento na data estipulada. O dia D da campanha ocorrerá no dia 16 de junho. Para que o procedimento de identificação seja eficiente é necessária a inclusão também dos perfis genéticos dos familiares das pessoas desaparecidas. Por isso é imprescindível que essas pessoas compareçam”, avaliou a perita criminal Andréa Cristina Sant’Ana.

MUTIRÃO

A coleta no estado somente será realizada se já houver Boletim de Ocorrência registrado. O mutirão acontece entre os dias 14 a 18 de junho, no horário das 8h às 12h na sede do Instituto de Criminalística, na Avenida Venezuela, 2083, Liberdade, e das 13h às 17h, no prédio da Polícia Federal.

Os familiares podem obter informações no Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Polícia Civil de Roraima, ligando para o número 954-98400-8637, ou comparecendo em uma das duas Instituições.

Também serão coletadas referências diretas das vítimas, tais como escovas de dentes, aparelho de barbear, entre outros objetos que possam ajudar na identificação.

As amostras serão inseridas na Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, uma rede nacional que busca ajudar na identificação e investigação de casos de pessoas desaparecidas no País.

CRUZAMENTO DE DADOS

Conforme o Ministério da Justiça, o sistema tem atualmente mais de 3,2 mil perfis genéticos de restos mortais não identificados e mais de 2,6 mil famílias cadastradas.

Conforme o Delegado Geral em exercício, Eduardo Wayner Santos Brasileiro, muitas pessoas estão desaparecidas há anos em todo o País e ainda não foram identificadas ou localizadas devido à falta de informações e as dificuldades geográficas.

“Muitas vezes uma pessoa que desapareceu em Roraima é encontrada no Sul do País, por exemplo, e até que se descubram suas origens podem-se levar anos. Isso sem contar que quando é encontrado um corpo sem identificação é mais fácil fazer esse procedimento, via banco de dados. Então esse perfil além de ter sua função imprescindível para o trabalho da Polícia, também traz aos familiares maiores chances de localizar aquele ente desaparecido e saber o que de fato aconteceu com ele”, afirmou.