A Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas apresentou nessa segunda-feira (1º) novo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Entidades indigenistas e parlamentares da oposição assinam o documento e classificam com “teatro de absurdos sem fim” o comando da presidência.
O texto aponta uma série de ações e omissões do governo federal que, segundo os autores, levam ao “genocídio”. O pedido cita relação entre o “desmonte” dos órgãos públicos e a invasão de terras indígenas, como a dos Yanomami, em Roraima, o assassinato de lideranças e a disseminação de Covid-19 entre os indígenas.
Dados da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) mostram que na região amazônica existem 34,2 mil casos confirmados de coronavírus entre 141 povos. Roraima tem 5,1 mil infectados e 100 mortes pela doença.
Coordenadora da frente parlamentar, a deputada Joenia Wapichana (Rede), avaliou que a “violência institucionalizada” contra os indígenas justifica o impeachment de Bolsonaro.
“Estamos denunciando todos esses crimes de violação dos direitos constitucionais, dos direitos relacionados às leis infraconstitucionais, à obrigação de o Estado brasileiro demarcar terras indígenas, respeitar e proteger os bens”.
A deputada citou ainda o “desmonte” de órgãos como Funai, Ibama e ICMBio, “que vem prejudicando principalmente as terras indígenas que estão sendo invadidas por garimpeiros e outros invasores. Esse é o sentido da omissão e da violência institucionalizada”.
Entre as 16 organizações, que assinam o pedido de impeachment juntamente com a frente parlamentar, estão a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Grande Assembleia do Povo Guarani (Aty Guasu) e o Conselho Terena. Esse é o 66° pedido de impeachment contra Bolsonaro apresentado na Câmara dos Deputados.